Episode 59

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22nd Dec 2023

SIAPEN (Web)-DF: A EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA E A CONSOLIDAÇÃO DO PROFISSIONALISMO DA POLÍCIA PENAL NO DISTRITO FEDERAL.

Na sequência da "Saga SIAPEN", este conteúdo, sob o patrocínio da Hex 360, uma empresa comprometida com a inovação, o policial penal ANDRÉ ALMEIDA e o policial civil ROBERTO VINUALES contam como a implantação e a evolução do software SIAPEN (Web) - Sistema Integrado de Administração Penitenciária, revolucionou a gestão, proporcionou agilidade nas rotinas carcerárias e na produção de conhecimentos de Inteligência, bom como consolidou a polícia penal como ente fundamental para a Segurança Pública do DF.

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Transcript

ANFITRIÃO:

Honoráveis Ouvintes! Sejam muito bem-vindos a mais um episódio do Hextramuros Podcast! Sou Washington Clark dos Santos, seu anfitrião!

O software SIAPEN - Sistema Integrado de Administração Prisional permite a gestão de informações sobre o perfil dos presos, como idade, raça, escolaridade, situação processual, dentre outros dados. Além de gerenciar as informações sobre o cumprimento de pena, como registros de entrada e saída, progressão de regime, trabalho, estudo e outros aspectos relacionados à rotina prisional, com o SIAPEN é possível ter um controle mais efetivo da população carcerária e monitorar indicadores de violência, reincidência e superlotação. Além disso, o sistema pode auxiliar na implementação de políticas públicas voltadas para a reintegração dos presos por meio de funcionalidades que anotam as atividades educacionais, profissionalizantes e de assistência jurídica e social.

Na sequência da denominada SAGA SIAPEN, no episódio de hoje, sob o patrocínio da HEX 360, uma empresa comprometida com a inovação, tenho a grata satisfação de receber o policial penal André Almeida e o policial civil Roberto Vinuales, ambos, do Distrito Federal, para uma conversa acerca da implantação e desenvolvimento do Sistema Integrado de Administração Penitenciária no âmbito das unidades prisionais da, agora, Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal.

Seguindo o informal protocolo, peço aos amigos que se apresentem e indiquem também a época da instalação do SIAPEN, os cargos e funções que exerciam:

VINUALES:

Boa tarde! Meu nome é Roberto Vinuales! Eu sou Agente da Polícia Civil, desde mil novecentos e noventa e nove e, à época da implementação do SIAPEN, eu era gerente de inteligência e chefe do Núcleo de Informática. Quando, ao assumir a gerência de inteligência, nós vimos a necessidade da implementação de um sistema informatizado, coisa que não existia à época. Começamos na nobre missão de reunir os colegas como o Hudson, como Almeida, como Gerson e outros para compor a equipe que, hoje, constitui o cérebro do SIAPEN. Muito obrigado pelo convite de participar desse podcast!

ALMEIDA

Saudações Dr. Clark! Tudo bom, meu amigo? Aqui é André Almeida, policial penal do Distrito Federal! Estou aqui para falar um pouquinho do SIAPEN, esse case de sucesso do nosso sistema prisional! Estamos juntos desde dois mil e doze, quando nasceu esse projeto, de uma parceria do DEPEN e veio doado para o sistema prisional do DF. À época, a gente abraçou o projeto, trouxemos a ferramenta, montamos uma equipe no DF - uma equipe que perdura até hoje - e começamos diversas evoluções na ferramenta para poder padronizar e uniformizar os processos das unidades prisionais. Com isso, a gente conseguiu ter um dado mapeado, um dado fidedigno e, hoje, ele é de fundamental importância para auxiliar a gestão, a alta gestão, nas tomadas de decisão e, no ambiente-meio, trouxe facilidade de uso, celeridade e trouxe transparência nos procedimentos utilizados pelas unidades prisionais. Então, assim, fico muito feliz em participar desse projeto junto com o senhor que, realmente, foi fundamental para a gente alcançar um patamar de profissionalismo e de excelência no sistema prisional!

ANFITRIÃO

Almeida; como foi o processo de recepção e transformação do SIAPEN? E em que proporção a ferramenta atendeu demandas específicas do Distrito Federal, inclusive, na integração com as demais instituições de segurança pública?

ALMEIDA

São inúmeros os impactos causados com a adoção da ferramenta! A transformação para linguagem web proporcionou o maior alcance no uso do SIAPEN. No tocante ao procedimento de visitação dos apenados, fizemos a disponibilização das consultas e dos agendamentos de forma online. Isso trouxe celeridade e transparência ao processo! Com a acessibilidade ao sistema, a gente conseguiu também humanizar o processo de visita, ou seja, toda visita, hoje, é devidamente registrada no sistema e esse dado serve como estatística que utilizamos para a melhoria contínua desse processo. Um procedimento simples de entrada, via guichê de visitante, antes da implementação do sistema, durava em média nove minutos. Depois da implementação do SIAPEN, essa média caiu para menos de dois minutos! Ou seja, a informatização total do processo trouxe um ganho substancial, uma celeridade substancial do procedimento, que hoje é feito com maior segurança e com maior assertividade. O visitante consegue, através do nosso portal, ver de forma clara a disponibilidade e o horário da visita. Caso haja alguma movimentação do interno, alguma intercorrência, alteração de horário de visita, ele consegue acompanhar no site e se programar. Esse portal de acesso do visitante foi criado com diversas funcionalidades, visando justamente facilitar a vida do familiar. Isso se reflete no ganho social e traz também um benefício para o sistema penitenciário, com um gigantesco banco de informações, estruturado, onde essa informação é lançada de maneira mapeada e correta que, a título de exemplo, desde a sua implementação, já foram emitidas mais de 1.900.000 senhas para visitação aqui no Distrito Federal! A tecnologia, nesse caso, serviu como ferramenta para distensionar a relação com os visitantes e trouxe ganhos substanciais para a população carcerária! Nas seções administrativas das unidades prisionais, também houve um ganho substancial de recurso humano. Os servidores puderam ser melhor aproveitados em suas lotações e começaram a trabalhar com maior qualidade na obtenção e no lançamento das informações em nossa base de dados. Todo procedimento hoje, como dito anteriormente, é realizado de forma uniforme e padronizada. São inúmeros exemplos desses ganhos, desde a padronização do procedimento de visita, como citado anteriormente, ao atendimento de advogado, dos agendamentos judiciais, as movimentações internas nas unidades, as atividades nos núcleos de disciplina, dentre tantas outras que hoje se encontram padronizadas no sistema prisional.

ANFITRIÃO:

Vinuales; como avalias, sob a ótica da inteligência penitenciária, as diversas possibilidades do SIAPEN em integrar-se a outros sistemas e bancos de dados, seja para a análise ou produção de conhecimentos?

VINUALES:

Em geral, os sistemas informatizados das unidades prisionais são estruturados para atender somente às demandas administrativas dessas unidades. Na época em que a gente fez a implementação do SIAPEN, ele foi constituído para ir além dessas necessidades administrativas! E muitos dos seus campos foram pensados de forma a coletar dados sensíveis para auxiliar a produção de informação para a gerência de inteligência. Inclusive, alguns gráficos de análises já eram pré-definidos, já eram automáticos! O pessoal já conseguia fazer de forma muito rápida! O corpo técnico, apesar de não ser de agentes de inteligência, eles não tinham qualquer dificuldade de entender a nossa demanda! Rapidamente, então, eles faziam algumas soluções complementares para a produção do conhecimento nosso. O SIAPEN é um sistema único, capaz de fazer uma ponte entre as necessidades de uma gestão administrativa, ao mesmo tempo que possui dados únicos, de considerável valor para uma investigação policial ou para uma produção de informação de inteligência. O melhor de tudo, ainda, é que o custo para sua implementação é extremamente acessível e, se ele fosse implementado em outras Unidades da Federação então, possibilitaria a sua integração a nível nacional e permitiria, para os policiais ou o pessoal da inteligência, acompanhar a vida carcerária do detento em qualquer lugar do Brasil, que este detento estivesse! O SIAPEN, também, possui uma tecnologia moderna e, com isso, possibilita a integração das suas bases com outros sistemas, de outras Unidades da Federação que não seja o SIAPEN, através de um sistema de webservice.

ANFITRIÃO:

Almeida; quais são as perspectivas de evolução e aprimoramento do SIAPEN-DF? As conquistas obtidas estão apoiadas pelos recursos necessários aos avanços tecnológicos?

ALMEIDA:

A informatização do sistema foi um grande responsável pela proximidade e fortalecimento da parceria da OAB-DF com o sistema penitenciário do Distrito Federal! Até o momento, a título de ilustração, já foram realizados mais de 678.000 atendimentos de advogados pelo SIAPEN, todos eles, devidamente registrados e previamente agendados. Essa organização, além de ajudar a rotina carcerária, pois, ela exige planejamento prévio, proporcionou que o número de atendimentos fosse ampliado, melhorando a relação da polícia penal com a advocacia privada e com a advocacia pública. Além disso, esses números se traduzem numa efetiva melhora na prestação jurisdicional. Atualmente, todo advogado cadastrado no SIAPEN tem acesso ao portal de agendamento que guarda todo o seu histórico de atendimento. O portal, hoje, mostra para o advogado todos os atendimentos realizados, os cancelados e os atendimentos futuros dele. Além disso, qualquer movimentação do interno agendada é informada ao advogado de maneira prévia, evitando assim qualquer tipo de transtorno na realização do atendimento. O sistema, inclusive, é preparado para fazer o agendamento de forma remota! Você consegue fazer, no SIAPEN, o atendimento tanto de forma presencial quanto de forma remota. Desde a pandemia, em dois mil e vinte, que isso foi implementado aqui no DF e ajudou sobremaneira a advocacia do Distrito Federal.

ANFITRIÃO:

Na sua percepção, Vinuales, tendo acompanhado os desdobramentos de muitas missões realizadas pela equipe SIAPEN, qual o fator de maior dificuldade para a expansão da ferramenta pelos estados brasileiros?

VINUALES:

Na minha percepção, Clark, sem dúvida, seria a falta de uma política penitenciária nacional e uma local que tivesse o interesse em unificar a gestão das unidades prisionais. A falta de vontade do governo federal e do governo local para padronizar essas informações, de consolidá-las nas bases nacionais é o que mais dificulta a implementação de um sistema do porte do SIAPEN! O que vemos hoje são modelos administrativos variados e extremamente diversificados na sua forma de gerir as unidades prisionais e outras informações também extremamente desestruturadas. Isso acaba impedindo que você tenha um sistema que possa atender de forma uniforme qualquer unidade da federação. Me impressiona como uma legislação penitenciária única feita no país, consegue ser colocada em prática de forma tão variada, por cada Unidade da Federação.

ANFITRIÃO:

Caros; fato que sempre chamou atenção nas unidades da Federação, nas quais o SIAPEN foi implantado, foi a forma como os magistrados, e membros do Ministério Público, principalmente, defendem a ferramenta. A que atribuem tal comportamento?

ALMEIDA:

Em resumo, o acesso do Ministério Público do Tribunal de Justiça ao SIAPEN desmistifica qualquer tipo de ideia errônea de informação omitida ou manipulada ou maquiada. Ou seja, esses órgãos têm um controle mais efetivo do que realmente acontece dentro do sistema prisional. E a contrapartida a isso é que eles conseguem, diante dessas informações obtidas ajudar o sistema prisional a melhorar os procedimentos e a padronizar determinadas situações que ainda não estejam padronizadas e a evoluir não só o sistema de informação, mas evoluir também os procedimentos carcerários como um todo. É uma parceria que traz confiança e robustez ao sistema penitenciário.

ANFITRIÃO:

Vinuales; qual a característica mais marcante que define o SIAPEN como um sistema integrado? Por quê?

VINUALES:

Bom, o que define o SIAPEN como sistema integrado foi a sua própria forma como ele foi desenvolvido. Complementando o que eu disse antes, o SIAPEN nasceu da necessidade de atender diferentes demandas do setor penitenciário. Inicialmente, sua arquitetura foi implementada com o objetivo de resolver algumas questões da inteligência penitenciária e depois, das unidades prisionais. Em seguida, a Vara de Execuções Penais trouxe também algumas demandas que foram rapidamente atendidas pelo seu SIAPEN. Daí depois, na sequência, veio o Ministério Público do Distrito Federal, que também apresentou as suas necessidades, o que também foi resolvido de forma rápida. Com isso, a gente consegue atender tanto as questões investigativas quanto administrativas e quanto processuais da Vara de Execuções Penais e do Ministério Público. A execução dessas demandas, Clark, só foi possível porque o corpo técnico do SIAPEN é constituído de servidores que, ao mesmo tempo em que eles conhecem a programação do sistema, eles também conhecem as demandas desses setores! Eles têm contato direto com essas pessoas! Esse corpo técnico se diferencia dos desenvolvedores tradicionais, pois, o contato deles é direto com o setor demandante, o que reduz um pouco a burocracia da falta de conhecimento que normalmente a gente encontra nos analistas de requisitos em geral. Assim, a solução de um problema é resolvida de forma muito rápida, evitando o retrabalho no desenvolvimento de uma solução. Isso otimiza tempo e recursos e amplia exponencialmente a variedade de setores demandantes, o que facilita ainda mais a integração do SIAPEN!

ANFITRIÃO:

Almeida; o fato da ferramenta SIAPEN se revestir das características peculiares a cada sistema prisional, para o qual, após a implantação, foi cedido o código fonte, trouxe quais benefícios para o desenvolvimento de novas funcionalidades?

ALMEIDA:

Quanto à questão dos códigos-fonte serem disponibilizados após a implementação da ferramenta, isso é de fundamental importância para que o estado, através de sua equipe, consiga fazer as adequações às realidades, digamos, procedimentais que o sistema prisional exige. Vou dar um exemplo: Brasília tem uma proximidade muito grande de atuação com o Ministério Público, com o Tribunal de Justiça. Então, a Secretaria, aqui, é extremamente demandada por esses órgãos para poder fazer evoluções na ferramenta. Vou dar um exemplo: hoje, a marcação de todo agendamento judicial é feita pelo SIAPEN, ou seja, o servidor do Tribunal de Justiça acessa o SIAPEN, verifica na parte de agendamento a disponibilidade de salas para a realização de audiências tanto presenciais quanto virtuais e, ele próprio, faz a marcação em nosso sistema. Isso foi uma particularidade desenvolvida aqui no DF. E foi ampliada! Não somente o Tribunal de Justiça consegue fazer esses agendamentos, mas o próprio Ministério Público! As delegacias de polícia conseguem também fazer esse tipo de agendamento para oitiva de internos. Com a disponibilização do código-fonte, você consegue otimizar o seu sistema! Então, é de fundamental importância! A gente, quando leva o SIAPEN para algum estado em que a gente faz a instalação, aquele treinamento inicial, também, a gente deixa lá o código-fonte para que a pessoa consiga fazer a adequação à realidade dele. E aqui no DF, inclusive, agora, a gente está fazendo uma evolução do SIAPEN. Estamos construindo o PPDF-Web, o Polícia Penal Web, que vai ser um sistema que vai trazer várias informações condensadas, também, com a possibilidade de agendamentos remotos. É um sistema mais bem estruturado, está um pouco mais refinado e vai servir de apoio para as outras corporações policiais. Inclusive, toda corporação policial que tiver interesse em usar esse sistema pode acessar através de um acordo de cooperação realizado com a SEAP-DF. Inclusive, também, será objeto futuro de doação para os estados que necessitarem. Então, eu acho que essa parceria tem que ser uma parceria realmente completa! Não só a disponibilização do sistema! A instalação do sistema, como o treinamento, a disponibilização do código fonte. E isso, também, se traduz na economia gigantesca para o Estado, na economia do erário!

ANFITRIÃO:

Almeida; no âmbito da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal, a manutenção e evolução do SIAPEN possuem fontes de recursos específicos? Qual seria a fórmula para a sustentabilidade dessa ferramenta?

ALMEIDA:

A constante evolução da ferramenta, a fórmula do sucesso aqui, da sustentabilidade do SIAPEN e da parte de tecnologia como um todo, foi o profissionalismo e a boa vontade do policial penal! A minha equipe fez toda a diferença! Não tem como não exaltar isso: o comprometimento pessoal de cada policial penal envolvido na área de tecnologia! Foi mais de uma década, o pessoal buscando especializar o conhecimento de maneira particular. Ou seja, o Estado dava carta branca para implementarmos as ideias de tecnologia que nós, como equipe, tínhamos, porém, efetivamente não auxiliava com cursos, com nada! Essa gestão foi a primeira gestão em 11 anos de equipe que conseguiu destravar isso dentro da secretaria, de bancar cursos na área de tecnologia! Então, esse ano, fizemos dois excelentes cursos e já temos alguns programados para o ano de dois mil e vinte e quatro. Então, um dos grandes desafios foi fazer com que a gestão entendesse que o posicionamento estratégico da área de tecnologia reflete o grau de maturidade da Secretaria propriamente! Quanto mais evoluída a tecnologia, quanto mais madura a área de tecnologia dentro do organograma da Secretaria, mais resultados essa Secretaria apresentará! Um melhor serviço público, procedimentos concisos, uniformes, padronizados. E, Graças a Deus, o atual gestor da pasta, que é um entusiasta da parte de tecnologia, eu deixo aqui o meu agradecimento e reconhecimento por essa, digamos - não digo nem boa vontade - por esse entendimento técnico! E isso se traduz em diversas melhorias práticas para o sistema, além do servidor se sentir valorizado. Se o servidor entender que agora a gestão realmente está ao lado dele, a gente vai poder avançar ainda mais. Conseguimos trazer mais gente para a nossa área. Chegaram, recentemente, mais três policiais para atuar na área de tecnologia. Vamos tentar, esse ano agora, dar uma reestruturada na própria área e na própria gerência em si. Tudo isso, com foco realmente em potencializar a carreira da polícia penal! Quanto mais a gente evoluir tecnologicamente, quanto mais a gente conseguir demonstrar para os órgãos parceiros, os órgãos que atuam diretamente com o sistema prisional, os Tribunais de Justiça, o Ministério Público, as polícias militares e civis dos estados, quanto mais a gente demonstrar esse profissionalismo; mais a carreira da polícia penal será exaltada! Será vista como uma parte fundamental da segurança pública. Então, a gente tenta usar a tecnologia para poder colocar o profissionalismo de uma carreira em evidência! Tudo isso passa pelo comprometimento pessoal de cada policial envolvido na área. O DF tem a maior boa vontade de ajudar os estados, de compartilhar conhecimento, de explicar qual foi o caminho adotado, quais os cases de sucesso internos, o que é que se pode evoluir de maneira específica na ferramenta! Agora mesmo, estamos desenvolvendo uma ferramenta para apoio às corporações policiais do Brasil inteiro que tenham interesse, que é o PPDF-Web, o Polícia Penal Web, que pode ser disponibilizado para as outras polícias através de acordo de cooperação com a SEAP-DF. Então, estamos evoluindo. Estamos buscando, cada vez mais, trazer o profissionalismo para dentro da área de tecnologia. Mas, como eu disse, a luta não é fácil! Foi mais de uma década, uma equipe atuando com comprometimento, com profissionalismo, sem o efetivo apoio financeiro, digamos assim, do Estado, na parte de cursos, de aquisição de material, de compra de máquinas melhores. Agora, a gente realmente virou uma chave! Acredito que, para a próxima década, se Deus nos proteger e abençoar o trabalho dessa carreira tão sofrida, a gente vai trazer excelentes frutos para o Distrito Federal e para o Brasil como um todo!

ANFITRIÃO:

Marchando para o final de nossa conversa, agradeço a vocês, meus amigos, pela participação, homenageando, também a todos os gestores e demais companheiros que contribuíram e influenciaram na instalação da ferramenta para a Administração Prisional do Distrito Federal, em especial ao nosso amigo Gerson “Talibã” e ao Secretário de Segurança Pública, à época, o Delegado de Polícia Federal, Sandro Torres Avelar! Deixo este espaço para suas considerações finais. Grande abraço!

VINUALES:

Eu gostaria de agradecer por ter tido a oportunidade de falar um pouco sobre essa obra prima que é o SIAPEN, na minha opinião! Que nasceu da mão de pessoas que ousaram deixar seus tempos livres, suas famílias e amigos para se dedicarem a uma causa que estava além das suas atribuições usuais. Esses servidores que, hoje, constituem a alma do SIAPEN, são compostos de trabalhadores que não ganham horas-extras, aumentos de salário, bonificações ou qualquer outro tipo de incentivo financeiro para fazer o que eles fazem, contrariando aquela máxima vendida por alguns de que o servidor público não trabalha e de que o que é privado é sempre melhor do que o que é público! O SIAPEN está aí para mostrar o contrário, mais vivo do que nunca! O SIAPEN nasceu graças à iniciativa de pessoas como o Alexandre e o Wagner, que pensaram em soluções para facilitar o trabalho deles e o dos colegas de plantão; o apoio e a visão estratégica e futurista de um delegado chamado Washington Clark, que lutou contra cartéis econômicos, vaidosos, incrédulos, os céticos e os pessimistas do SIAPEN e que, habilmente, conseguiu o apoio de várias autoridades, inclusive do nosso Secretário de Segurança à época, o Sandro Avelar; e ao próprio Sandro que, em momento algum hesitou de confiar na gente, simplesmente, deu carta branca para execução dos trabalhos! E, por último, mas não menos importante, graças à coragem, a força de vontade e a dedicação de policiais penais como o Almeida, o Hudson e o Gerson “Talibã”, que, não estavam na área de Tecnologia da Informação na época, mas aceitaram o desafio de se aprimorarem e melhorarem os seus conhecimentos de tecnologia e deixaram as suas rotinas pacatas de plantonistas e entraram na aventura do aprimoramento dessa maravilhosa solução! Muito obrigado e sucesso contínuo ao SIAPEN e que ele cresça a ponto de chegar ao país inteiro!

ALMEIDA:

Como consideração final, eu gostaria de começar agradecendo a oportunidade que o senhor apresentou para a gente, aqui no sistema prisional, lá em dois mil e doze. Lá atrás, o senhor acreditou aqui na equipe do DF também e colocou a gente como parceiro do pessoal do Depen, do pessoal do Mato Grosso (do Sul). Aquilo, ali, foi o pontapé inicial que revolucionou muita coisa no sistema penitenciário! Hoje, graças a esse tipo de iniciativa, a gente tem um sistema com todas as informações devidamente mapeadas dentro do sistema prisional, desde a movimentação do preso, passando pela parte processual, disciplinar, a parte de saúde, de progressão, trabalho, estudo, os atendimentos de advogados, os atendimentos realizados por membros da Defensoria Pública, ou seja, temos todos os dados mapeados e conseguimos produzir estatísticas fidedignas! Isso tudo auxilia a gestão a prever cenários, a traçar estratégias! Ou seja, aquela velha máxima: quem tem informação, tem poder! Quem tem informação, consegue se antecipar! Além disso, nós temos também a velha questão do: “segurança pública se faz de forma integrada!” São os jargões que são utilizados ao longo dos anos e que são verdadeiros. Informatização desses dados faz com que a segurança pública ganhe como um todo. As parcerias com as polícias civis, militares, a gente consegue traçar perfis e aumentar o poder investigativo das polícias com a questão do dado ali mapeado. Então, temos uma questão estrutural que favorece a segurança pública, favorece o serviço público como um todo e tudo isso nasce realmente do empenho do servidor da área de segurança pública, no caso aqui do policial penal. Então, a gente tem realmente uma grande responsabilidade em produzir material e produzir sistemas de, realmente, conteúdo valoroso e um poder de refinamento profissional. É o que a gente espera entregar para a sociedade. E a carreira só tem a crescer com isso. Você vê a história da polícia penal ao longo dos anos: é uma história de superação, uma história de evolução da carreira. Ver o quanto a gente já avançou, quebrando aquele paradigma de que o agente penitenciário era aquele cara que só abria e fechava cadeado e cuidava do preso ali. Ou seja, hoje o policial penal vai muito além! O policial penal, hoje, é responsável pela coleta de informação, a análise dessa informação, a vinculação e o estudo dessa informação como propósito, como objetivo, a gente consegue mapear. A gente é a fonte mais rica de informação para as investigações! Então, o policial penal tem que se valorizar realmente. Ele tem que se orgulhar desse trabalho que ele produz. E a gente, na área de tecnologia, tenta ao máximo fazer com que esse trabalho seja reconhecido. Integrar com outros estados, trocar informação, essa é a única vantagem que a gente tem hoje sobre a questão do crime organizado! Então, a gente tem que potencializar ela mesmo! E volto a dizer: foi uma iniciativa como a do senhor, lá atrás, que uniu colegas do Mato Grosso (do Sul), do DF, de Goiânia, de vários estados do país, da Bahia em função de um objetivo único! Então, muito bom! Agradeço aqui e deixo aqui meu agradecimento público. É uma alegria partilhar desse conhecimento com os colegas e espero que a gente ainda possa produzir muito conteúdo de valor para segurança pública e para a sociedade como um todo. Estamos aqui a disposição para ajudar no que for preciso e um grande abraço!

ANFITRIÃO:

Honoráveis Ouvintes! Este foi mais um episódio do Hextramuros Podcast! Sou Washington Clark dos Santos, seu anfitrião. No episódio de hoje, sob o patrocínio da Hex 360, uma empresa comprometida com a exatidão, conversei com o policial penal André Almeida e o policial civil Roberto Vinuales acerca do desenvolvimento e a implantação do Sistema Integrado de Administração Penitenciária – SIAPEN - no Distrito Federal. Quer saber mais sobre este e os demais conteúdos?

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Hextramuros Podcast
Vozes conectando propósitos, valores e soluções.
Ambiente para narrativas, diálogos e entrevistas com operadores, pensadores e gestores de instituições de segurança pública, no intuito de estabelecer e/ou ampliar a conexão com os fornecedores de soluções, produtos e serviços direcionados à área.
Trata-se, também, de espaço em que este subscritor, lastreado na vivência profissional e experiência amealhada nas jornadas no serviço público, busca conduzir (re)encontros, promover ideias e construir cenários para a aproximação entre a academia, a indústria e as forças de segurança.

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Washington Clark Santos

Produtor e Anfitrião.
Foi servidor público do estado de Minas Gerais entre 1984 e 1988, atuando como Soldado da Polícia Militar e Detetive da Polícia Civil.
Como Agente de Polícia Federal, foi lotado no Mato Grosso e em Minas Gerais, entre 1988 e 2005, ano em que tomou posse como Delegado de Polícia Federal, cargo no qual foi lotado em Mato Grosso - DELINST -, Distrito Federal - SEEC/ANP -, e MG.
Cedido ao Ministério da Justiça, foi Diretor da Penitenciária Federal de Campo Grande/MS, de 2009 a 2011, Coordenador Geral de Inteligência Penitenciária, do Sistema Penitenciário Federal, de 2011 a 2013.
Atuou como Coordenador Geral de Tecnologia da Informação da PF, entre 2013 e 2015, ano em que retornou para a Superintendência Regional em Minas Gerais, se aposentando em fevereiro de 2016. No mesmo ano, iniciou jornada na Subsecretaria de Segurança Prisional, na SEAP/MG, onde permaneceu até janeiro de 2019, ano em que assumiu a Diretoria de Inteligência Penitenciária do DEPEN/MJSP. De novembro de 2020 a setembro de 2022, cumpriu missão na Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, no Ministério da Economia e, posteriormente, no Ministério do Trabalho e Previdência.
A partir de janeiro de 2023, atua na iniciativa privada, como consultor e assessor empresarial, nos segmentos de Inteligência, Segurança Pública e Tecnologia.